A
sociedade está cada vez mais informatizada - é comum encontrarmos computadores
em bancos, supermercados, lojas, escritórios. Isso está pressionando as escolas
a também começarem a fazer uso dela. A maioria das escolas particulares já
possui laboratório de informática, alguns deles com conexão Internet. Os
sistemas municipais e estaduais também estão desenvolvendo programas para
aquisição de seus laboratórios. O MEC implantou o Programa Nacional de Informática na
Educação, o qual foi previsto para os anos 97/98 a aquisição e implantação, em
escolas públicas, de 100.000 computadores com conexão Internet..
Essa
disseminação do computador, e de toda a tecnologia assessória, está provocando
uma grande mudança social: noções de tempo e espaço se alteram com a
possibilidade de rápido acesso à banco de dados em qualquer lugar do planeta;
novas modalidades de comunicação e trabalho emergem. Essas mudanças também
contribuem para complexificar as relações homem/homem e homem/máquina.
Embora muitos
considerem o computador e seus assessórios, em si mesmos, como ferramentas
análogas ao lápis e ao livro, a grande maioria da população não sabe usá-los
nem conhece suas potencialidades e seus limites. A interatividade, a
velocidade, o complexo de relações e o dinamismo estabelecido entre seus
componentes provoca, principalmente no adulto, um certo estranhamento, o que
dificulta o processo de familiarização deste com a máquina. Já com as crianças
não existem grandes dificuldades, elas aprendem a usar um computador
eficientemente assim que se depara com a necessidade de utilizá-lo; começam a
explorar e logo descobrem como funciona.
Envolver
os professores nesse novo contexto apresenta-se como o grande desafio. Cabe às
escolas organizar uma estrutura que dê oportunidade aos professores de sala de
aula - e não apenas aos responsáveis pelo laboratório de informática - de
interagir com a tecnologia, se apropriar dela técnica, teórica e
pedagogicamente, de forma que a Informática não seja mais uma panacéia nas
escolas, como tantas outras inovações que por ali têm passado. Mesmo que o
aluno não precise do professor para ganhar o instrumento, vai precisar para
ajudar a definir o que fazer com ele.
O desafio é grande porque não se trata de
ensinar o aluno a mexer com a tecnologia, e sim de ensinar o aluno, que já está
inserido nela, a usá-la, ver o que vai fazer com ela, fazer a análise das
possibilidades que apresenta, indicar o caminho de um novo tipo de produção de
subjetividade que pode ser gerada nessa interação.
Especialmente
nos cursos de Licenciatura - enquanto espaços de formação de professores -, os
alunos precisam ter oportunidade para interagir com essa tecnologia,
apropriando-se dela com uma visão crítica de suas possibilidades e limites, já
que ao ingressarem no mercado de trabalho irão se defrontar com essa tecnologia
instalada na escola, estando os jovens estudantes imersos nessa nova realidade. Nesse momento precisarão posicionar-se: O que fazer com o computador? Como
usá-lo na sala de aula? Quais as concepções que vão embasar esse agir
pedagógico? O suporte técnico, teórico e metodológico precisa ser oportunizado
pelos cursos de formação, sob pena de estarem preparando professores
"alienados" da realidade com a qual vão trabalhar e deixando de lado
recursos que podem ser importantes para desencadear uma nova dinâmica
educacional.
O
computador é um recurso que pode desencadear essa nova dinâmica porque
possibilita o fazer, o executar e criar; encurtar distâncias e facilitar a
comunicação. Portanto, a sua utilização na educação - principalmente quanto
ligado em rede - significa uma possibilidade de estruturar, potencializar,
fortalecer novas idéias; idéias que podem transformar a escola num espaço vivo
de produção, recepção e socialização de conhecimentos.
Fonte: http://infoeduca2011.blogspot.com.br/
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