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IDENTIDADE PROFISSIONAL: SER PROFESSOR


A educação no Brasil é muito bem discutida nas mesas de opiniões dos mais altos escalões, das mais altas autoridades no meio social e político, mas na verdade o que se ver é apenas um blábláblá, apenas discursos e teorias que em certos casos nunca sai do papel e com muita cobrança e autoritarismo por parte dos representantes políticos que pouco se investe. De acordo com Paulo Freire em sua Pedagogia da Autonomia, fazer uma rápida análise epistemológica da palavra professor nos remete ao verbo professar, que significa ensinar, lecionar, recomendar e o prazer de transmitir o conhecimento adquirido ao longo das experiências de vida acadêmica e social que por essas e outras razões, mesmo com o mercado de trabalho bom, o professor tem se reduzido e sido consagrado apenas à luz da prática desses valores.

Com o rápido aumento da população escolar no Brasil trouxe consigo um recrutamento em massa de professores que acabam acarretando na sua profissionalização e o profissionalismo que são elementos indispensáveis para a formação de um bom profissional. A profissionalização é a formação inicial e, a formação continuada deste profissional, o profissionalismo é a ética, o compromisso com os deveres e responsabilidades que são atribuídos a esse profissional. As dificuldades atravessadas por um profissional de educação, um professor são várias: vão desde desvalorização profissional, baixos salários e as condições precárias de trabalho. E por muitas vezes, o professor desiste de seu ofício, de sua constante atualização, de sua formação continuada. Tornando assim, um profissional desatualizado que não causa entusiasmo em seus alunos.

Dentro da formação continuada que requer uma constante atualização do professor. E passa buscar soluções, pois reinventando sua maneira de ensinar. O professor deve ser instigado a buscar autonomia, montando estratégias com a escola e o corpo docente para melhoria das atividades pedagógicas. O professor precisa ser crítico e criativo e não deve aceitar o que vem pronto. É fundamental, que tenha criatividade para lidar com imprevistos. Porque para ensinar não cabe métodos estabelecidos, o professor precisa criá-los de acordo com sua realidade.

 A formação do professor, outrora vista apenas como a preparação inicial recebida antes da execução de sua profissão agora passa a ser entendida como um processo, ou seja, o mesmo não termina, precisa também do outro para que haja desenvolvimento pessoal e coletivo. Essa visão de formação é de fundamental importância para a capacitação dos profissionais da educação e faz com que os mesmos estejam prontos para serem professores críticos, reflexivos e pesquisadores. A teoria recebida na formação inicial do professor não é desprezada, não é pelo fato de se buscar profissionais críticos e atuantes no meio que deixaremos de lado a teoria, ela é extremamente relevante, pois é através dela que o professor repensa suas práticas, se auto-avalia e cria novas possibilidades.

Além de todo conhecimento teórico, os professores devem participar da elaboração do currículo que será trabalhado, do calendário e das organizações da escola e gestão para que o mesmo continue desenvolvendo suas capacidades. A escola pode e deve motivar seus professores a buscarem a formação de forma contínua e coletiva, uma vez que como afirmam Ilma Passos e Cleide Maria Quevedo Quixadá Viana no primeiro capítulo do livro “A escola mudou: Que mude também a formação dos professores” “a formação é um processo, por isso, inacabado, não avança no isolamento, no individualismo” (VEIGA; Ilma e VIANA; Cleide, 2010, p.32). Cada vez que pessoal e coletivamente novas experiências são vivenciadas, isto proporciona capacitação, é investimento na formação do professor. Logo, a formação continuada deve ser entendida como indispensável para o investimento na profissionalização e para o aumento do nível de profissionalismo dos professores.

A identidade do professor é uma questão em pleno desenvolvimento a todo instante, o profissional está sempre apto a um conhecimento continuado a respeito das questões sociais e do cotidiano em geral. As pressões sociais causam um mal-estar nos professores, estes problemas afetam e compromete o desempenho do profissional da educação que entra cada vez mais em uma crise de identidade. A atividade docente atual difere da que acontecia no passado, e desconhece agora, então, o prestígio que antes recebiam, embora sejam cada vez mais cobrados não somente pelos alunos e pela escola, mas também pela sociedade, num trabalho extra-escolar. 

Os professores estão sobrecarregados e seu desempenho não é considerado de excelência por este motivo. Por muitas vezes, os professores se vêem incapacitados de exercerem com perfeição o seu trabalho por déficit de infra-estrutura nas instituições de ensino ou até mesmo deficiência na sua formação e incapacitados de tomar decisões ou sugerir o que acha correto. Desta forma: Posto isso, o professor precisa construir uma nova identidade, para que não reproduza ingenuamente o sistema, agindo de forma submissa e sem compromisso político. A construção de uma prática pedagógica diferente da concepção dominante requer uma redefinição do profissional da educação sobre que ser humano quer formar. Como diz Pimenta: “É na leitura crítica da profissão diante das realidades sociais que se buscam os referenciais para modificá-los” (PIMENTA, 1999, p.19). O profissional da educação atualmente já não pode mais se limitar apenas ao conteúdo programático estabelecido anteriormente, deve ser um aprendizado contínuo, uma forma de reciclagem a cada instante, onde os professores se integram dos conteúdos de acordo com a sociedade em que estamos vivendo.

O professor no seu exercício de sua profissão precisa adquirir conhecimento e competências para a sua prática no exercício profissional, competências são as qualidades, capacidades, habilidades e atitudes relacionadas a esses conhecimentos teóricos e práticos e que permitem a um profissional exercer adequadamente sua profissão. As competências estariam vinculadas a conhecimento e atividades cognitivas. O segundo é o conhecimento, capacidade ou habilidade da pessoa em resolver problemas, realizar uma atividade. Todas as profissões precisam de competência de modo que, diante de alguma situação diária consiga resolvê-la com êxito. Ou seja, que os profissionais consigam desenvolver capacidades subjetivas, intelectuais, físicas, sociais, estéticas, éticas e profissionais. Assim os trabalhadores podem aplicar-se competentes no trabalho.

Sendo assim, um profissional, como por exemplo, um professor, é competente quando desenvolve a capacidade de por em pratica recursos cognitivos, capacidades relacionais, procedimentos, técnicas e atitudes para enfrentar situações problemáticas. LIBÂNEO apresenta em sua obra perspectivas que podem ser adquiridas por instituições que tem como objetivo formar profissionais da educação. Ele diz que um professor competente é aquele que desenvolve capacidade de mobilizar recursos cognitivos, capacidade de se relacionar, procedimentos, técnicas e atitudes para enfrentar situações problemáticas.

O professor será muito mais competente quando mais for buscar conhecimentos, de modo a se constituírem como sujeitos pensantes e críticos, ou seja, pensantes. Ao planejar o currículo para a formação desses profissionais as instituições devem preparar-se para formarem professores que tenham domínio sobre o seu trabalho. De acordo com a lista que LIBÂNEO coloca em seu livro o professor deve apresentar as seguintes características: Deve ser especialista no conteúdo que ensina dominar razoavelmente métodos e procedimentos de ensino, conhecer o mundo do trabalho, desenvolver visão crítica em relação aos conteúdos, saber lidar com as tecnologias, conhecer e saber aplicar modalidades e instrumentos de avaliação, saber lidar com várias formas culturais, dominar procedimentos de trabalho interativo e desenvolver capacidade comunicativa, deve ser capaz de participar de forma produtiva de um grupo de trabalho e ajudar os alunos a pensar e agir em relação a valores e atitudes, entre outras características.

Apesar de todos os problemas que o professor encontra em sua jornada de trabalho, como baixa remuneração, falta de materiais, etc. É importante que o professor seja capaz de compor sempre o melhor para que a educação seja promovida.

                                                                           José Cleyton Santana Costa


BIBLIOGRAFIA:
C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. LIBÂNEO, J.C. Didática. 15.ed. São Paulo: Cortez, 1999.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. São Paulo: Alternativa
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa/ Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996, Coleção Leitura.

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